quinta-feira, 22 de abril de 2010

Capítulo 5: Tia Gilda e Juju saem do hospital

No dia seguinte, tia Gilda saiu do hospital em bom estado geral, carregando a linda Juju nos braços. A menina tinha os olhinhos negros como petróleo. Estes ficaram arregalados ao sair do hospital, um pouco assustados com a vastidão do mundo que os aguardavam.

Foram as duas para a casa do nosso menino pois seria dificil para Tia Gilda ficar sozinha em sua residência logo nos primeiros dias pós-parto. Ao chegar, todos as esperavam com muita alegria, menos nosso ciumentozinho. Ele começou a chorar, gritar, berrar! Queria definitivamente chamar mais à atenção que a novidade da casa. Mal sabia ele que Juju ficaria por tão pouco tempo. Era questão de dias para as duas embarcarem para a Europa.

Por um instante, o menino se acalmou. Foi então que resolveram colocá-lo perto da Juju, observando a reação dos dois. O nosso espertinho engatinhou até ela como se sentisse o cheiro da menina, dentro do enorme berço em que a colocaram . Então ficou com a carinha bem perto do rosto de Juju e... babou!

Alguém gritou: Ah! Que porquisse, não? O menino riu descaradamente! Mas a menina não. Ela, ao sentir a saliva em sua pele, chorou de aflição. Ficou ofegante inicialmente e em seguida evoluiu para um broncoespasmo grave! Não conseguia respirar. Sua coloração foi se tornando arroxeada.

O menino, escutando o choro da Juju, se entristeceu. Era como se ele quisesse saber o porquê daquele acontecimento que surgiu de uma simples travessura sem más intenções. Ele não tinha maldade, só estava querendo chamar a atenção.

Correram com a menina de volta para o hospital. O médico não soube explicar ao certo o que poderia ter causado todo aquele transtorno em uma criança sadia e que não apresentou, em momento algum, problemas pulmonares. Teria asma? Pulmão prematuro? Contraído alguma infecção? Perguntava a mãe a si mesma em pensamentos rápidos.

Nossa Juju ficou em observação, mas logo em seguida recebeu alta com melhora dos seus sintomas. Sua respiração voltou ao normal, mas sua alegria se esfriou como o cair daquela tarde. Retornou para casa do primo. Dormiu uma longa noite, chorando poucas vezes. O choro era ralo, fraco e quase sem vida.